quarta-feira, abril 12, 2006

A MOÇA DO APARTAMENTO 304-conto

Boa-noite!Hoje tenho para vocês mais um dos meus contos macabros e perturbadores.Espero que gostem e comentem.

Doulgas era um rapaz que acabara de conhecer a garota mais bela que ja viu. Porém, há algo diferente nessa garota que ele só descobrirá na Fuga da Sanidade.

A MOÇA DO APARTAMENTO 304 Por Rodrigo Carvalho®

Era uma manhã de Dia de Finados quando Douglas e eu a vimos pela primeira vez, linda, de pele morena-clara, cabelos escuros, longos e ondulados e olhos castanhos-claros. Seu rosto era tão perfeito assim como seu corpo. Era uma das garotas mais lindas que já vi. Eu até me lembro de ter comentado algo sobre sua beleza e quem olhasse para meu rosto poderia notar o meu olhar malicioso e desejoso. Ao olhar para Douglas vi que seu olhar era diferente, não parecia ter malícia como o meu. Seus olhos brilhavam como o sol, e ele parecia um garotinho de sete anos que acabara de conhecer o primeiro amor. Isso era patético!
Douglas passou um bom tempo olhando a moça, parecia em transe. Só parou de sonhar acordado quando ela se foi caminhando pela calçada. Mesmo assim ele a seguia com os olhos. Eu o chamei e ele ainda com olhos brilhando me disse algo como “É sem dúvida a garota mais linda que já vi! Preciso conhece-la!”. Após dizer isso, foi atrás dela e me disse que nos falaríamos mais tarde. Bom, fui para casa e logo depois do almoço ele me ligou dizendo que conseguira conhece-la. Seu nome era Sabrina e ela não tinha namorado e morava sozinha no apartamento 304 do prédio em frente ao nosso. Ele estava realmente animado, pois marcara que a levaria para sair mais tarde.
Já era umas dez horas da noite quando ele me ligou e disse que a levara ao cinema e agora a levaria a um restaurante. Disse também que ela era tudo que ele procurara e enfim encontrara. Nunca o vi tão feliz. Também estava feliz por ele. Porém eu tinha a sensação de que havia algo errado, não sabia o que, mas Douglas parecia muito feliz, como se tivesse obcecado pela garota. Ele nunca foi de se apegar a alguém assim.Eu poderia estar enganado, na verdade, quem dera estar. Decidi ir até o prédio onde ela morava e esperar de longe eles chegarem para ver o que estava acontecendo, só para ter certeza de que não tinha nada de errado.
Era vinte para a meia-noite quando vi o carro de Douglas estacionar em frente ao prédio. Eles desceram do carro e entraram no prédio. Logo em seguida entrei também fazendo o possível para que não me vissem. Fui surpreendido pelo porteiro do prédio que me perguntou se queria falar com alguém. Disse a ele que procurara um amigo que estava com uma garota chamada Sabrina. Ele me olhou com os olhos meio arregalados e pediu para eu descrever a garota. Fiz uma descrição rápida dela. Ele abaixou a cabeça como se preparasse para me dar uma péssima notícia. Olhou-me nos olhos e disse calmamente que Sabrina morreu de câncer a uns dez anos atrás e todo Dia de Finados ela volta para passear pela cidade. Eu perguntei se ele estava brincando com a minha cara, mas ao olhar para seu rosto vi que falava sério. Não conseguia acreditar. Disse que ela morava no 304 e ele me disse que ninguém morava lá. Corri para o elevador. Ele não me impediu, pois sabia o que iria fazer. Apenas me disse que o 304 ficava no penúltimo andar.
Ao chegar lá vi Douglas e Sabrina se beijando no corredor na frente do 304, estavam se preparando para entrar. Eu o chamei, mas ele não ouviu. Era meia-noite. Quando Sabrina abriu a porta, uma luz branca fugia para o corredor junto com uma névoa. Douglas parecia hipnotizado, só tinha olhos para o belo sorriso de sua namorada que segurava levemente sua mão e o encaminhava para dentro do apartamento. Tentei alcança-los, mas a porta se fechou. A luz que ainda saíra pelas frestas da porta ia sumindo aos poucos. Bati na porta chamando por Douglas e ninguém atendeu. “Ô maluco, vai embora antes que eu chame a polícia!”, foi o que uma senhora de um apartamento próximo disse. “Não mora ninguém aí!”, continuo ela. Eu disse que meu amigo entrara lá com a moradora daquele apartamento. Ela veio e abriu a porta. Ao olhar para dentro vi que tudo estava escuro, liguei a luz e não havia nada, nem móveis, nem tapete, nem cortinas e nem sinal de Douglas e Sabrina. Enfim, nada.
Não faço idéia de onde eles estão agora, mas de uma coisa tenho certeza, Douglas está feliz, não importa onde eles estejam, pois ele finalmente encontrou o amor.

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