Para comemorar o lançamento da antologia Sinistro! aí vai um mini-conto, sem muitas pretensões, mas divertido de ler, ao menos pra matar o tempo.
O NAVIO PIRATA
O arraial chegou na praça da igreja com muita festa e crianças ansiosas para subir nos brinquedos coloridos e cheios de luzes que giravam quando estavam ligados. O arraial é a atração mais esperada pelas crianças. Os pais enlouquecem correndo atrás dos pequenos. Um deles entrou no Navio Pirata que estava prestes a ser ligado. Ele foi rápido, nem o funcionário responsável pelo brinquedo viu, entrou no navio de cores vivas e se escondeu atrás de um casal de namorados. Sua mãe gritava chamando seu nome, “André”, olhava por todos os lados, estava começando a ficar nervosa. O brinquedo ligou. Primeiro ia e voltava devagar, até que começou a acelerar. “Uhul!”, gritavam as pessoas que estavam dentro. O pequeno André permaneceu escondido. “André!”, gritou mais alto a mãe já desesperada. “Onde você se meteu!”. Na proa do Navio o esqueleto de um marujo pendurado como numa cruz sorria de forma diabólica, seus olhos brilharam num vermelho escuro e o brinquedo alcançou a velocidade máxima. O navio começou a tremer, faíscas saiam de várias partes. Os gritos de diversão se transformaram em gritos de horror. O funcionário tentou parar a máquina, mas era tarde, ela já soltara muitos parafusos. O navio fez um movimento brusco para frente destruindo um carrinho de pipoca. Todos ao redor correram gritando. O navio andou mais uns vinte metros até bater no Trem Fantasma. Em poucos minutos os bombeiros chegaram junto com a polícia. Felizmente ninguém se feriu gravemente. Mas antes que todos pudessem se recuperar do susto, um dos bombeiros encontrou o corpo de um menino, já em bastante estado de decomposição, escondido bem atrás do último banco, quase impossível de se ver a olho nu. Segundo a policia tratava-se de André, um garoto que havia desaparecido no último arraial e nunca foi encontrado. Dizem que ele sofria de problemas cardíacos e era proibido de entrar em um brinquedo perigoso como aquele. E a família do garoto? Indagaram alguns. A mãe não agüentou a ausência do filho e se matou alguns meses após o desaparecimento do menor. Ela ingeriu veneno para rato. O corpo do menino foi levado para ter um enterro digno e a mãe já se encontrava calma, sorrindo. Com a brisa da noite ela se foi, desaparecendo no ar.
O arraial chegou na praça da igreja com muita festa e crianças ansiosas para subir nos brinquedos coloridos e cheios de luzes que giravam quando estavam ligados. O arraial é a atração mais esperada pelas crianças. Os pais enlouquecem correndo atrás dos pequenos. Um deles entrou no Navio Pirata que estava prestes a ser ligado. Ele foi rápido, nem o funcionário responsável pelo brinquedo viu, entrou no navio de cores vivas e se escondeu atrás de um casal de namorados. Sua mãe gritava chamando seu nome, “André”, olhava por todos os lados, estava começando a ficar nervosa. O brinquedo ligou. Primeiro ia e voltava devagar, até que começou a acelerar. “Uhul!”, gritavam as pessoas que estavam dentro. O pequeno André permaneceu escondido. “André!”, gritou mais alto a mãe já desesperada. “Onde você se meteu!”. Na proa do Navio o esqueleto de um marujo pendurado como numa cruz sorria de forma diabólica, seus olhos brilharam num vermelho escuro e o brinquedo alcançou a velocidade máxima. O navio começou a tremer, faíscas saiam de várias partes. Os gritos de diversão se transformaram em gritos de horror. O funcionário tentou parar a máquina, mas era tarde, ela já soltara muitos parafusos. O navio fez um movimento brusco para frente destruindo um carrinho de pipoca. Todos ao redor correram gritando. O navio andou mais uns vinte metros até bater no Trem Fantasma. Em poucos minutos os bombeiros chegaram junto com a polícia. Felizmente ninguém se feriu gravemente. Mas antes que todos pudessem se recuperar do susto, um dos bombeiros encontrou o corpo de um menino, já em bastante estado de decomposição, escondido bem atrás do último banco, quase impossível de se ver a olho nu. Segundo a policia tratava-se de André, um garoto que havia desaparecido no último arraial e nunca foi encontrado. Dizem que ele sofria de problemas cardíacos e era proibido de entrar em um brinquedo perigoso como aquele. E a família do garoto? Indagaram alguns. A mãe não agüentou a ausência do filho e se matou alguns meses após o desaparecimento do menor. Ela ingeriu veneno para rato. O corpo do menino foi levado para ter um enterro digno e a mãe já se encontrava calma, sorrindo. Com a brisa da noite ela se foi, desaparecendo no ar.
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